Graças a luta da categoria junto ao Sincotelba, depois de anos sofrendo com assédios, os trabalhadores podem respirar mais aliviados, pois o Termo de Ajuste Moral contra o assédio foi homologado no dia 01/03, às 11h, no plenário do Tribunal de Trabalho, em Nazaré. Um grande passo para tornar o meio ambiente de trabalho nos Correios humanizado.
Talvez seja uma utopia, mas a luta é por não se ouvir mais frases do tipo: Não quer trabalhar… fique em casa!”, “Não posso fazer nada, continue com sua atividade”, “Lugar de doente é em casa!”, “Lugar de velho é no museu”, “Se você não tem capacidade para trabalhar então porque não fica em casa?”, “Se continuar assim seu GCR vai cair!”, “Fulano faz melhor que você!”, “Você é muito lerdo”, “Reconheço que foi acidente, mas você tem de continuar trabalhando!”, “ Vou tirar sua função”. O que pode parecer uma simples reclamação ou rudeza do gestor, na verdade esconde a intenção assediadora que mina a confiança do empregado e empurra-o para a depressão. Os danos podem ser irreversíveis.
A homologação da assinatura do acordo tem sua importância para além dos Correios, pois servirá como paradigma para outras empresas estatais e privadas, dado o número alto de empregados próprios e terceirizados que será alcançado com tais medidas. A ECT se compromete a criar mecanismo para combater e punir os atos de assedio praticados nos Correios.
A secretária Geral do Sincotelba, Lucila Pereira Correia, acompanhou de perto o processo, participando das audiências, das reuniões com o procurador do trabalho e cobrando regularmente uma mudança urgente nos Correios dado aos efeitos perversos na vida das vítimas e seus familiares. No entanto, ela lembra que: “não é um feito individual, mas um trabalho coletivo com contribuições valiosíssimas dos trabalhadores e trabalhadoras de diferentes áreas. Vítimas que chegaram até o Sincotelba e este fez encaminhamento das denúncias ao MPT e com as denúncias acumuladas, o processo foi fortalecido com provas robustas e incontestáveis que culminaram na assinatura do acordo.
Para que o acordo de fato seja uma realidade e os assediadores sejam punidos as denúncias não podem ficar veladas, portanto, ninguém pode se calar, sejam as vítimas ou testemunhas”.
Diga não ao assédio moral, sexual e às práticas discriminatórias.