Setor público do país já reage e presentam repúdio à privatização dos Correios e demais empresas do Brasil
Privatização de “tudo o que for possível”, essa é nova lei do governo interino de Michel Temer. Conforme anunciado pela imprensa, ações serão baseadas na concessão e privatização da infraestrutura do Brasil. Essa abertura de capital pode colocar em risco a qualidade dos serviços e o emprego de milhões de trabalhadores dos Correios e outras empresas públicas, como a Infraero, Caixa Seguros e o IRB Brasil, ainda a Casa da Moeda e empresas do setor elétrico. O prejuízo pode ir além. O argumento é fazer caixa e incrementar o ajuste fiscal. A FENTECT e toda a categoria de empregados em empresas públicas, federais e estaduais, repudiam essa privatização que será implantada em diversos setores, daqui para frente.
À Folha de São Paulo, Elena Landau, que comandou processos de licitação na década de 1990, falou sobre uma corrida dos governos na “tentativa de vender seus ativos e fazer caixa” e atacou, “é fundamental organizar esse engarrafamento”. Ela alegou à mateŕia que há um mercado muito ruim e a necessidade de arrecadar, que algumas empresas podem ser assumidas por outros entes estatais ou secretarias, ou “simplesmente” ser fechadas.
“A privatização é uma agenda que está atrasada e pelo menos é possível colocá-la em andamento novamente. Não é porque não vai arrecadar os bilhões do passado que não vai colocar na agenda”, disparou ao veículo de imprensa.
No caso da ECT, como destacado pelo veículo Brasil 247, o novo governo pode dividir a empresa em unidades de logística e encomendas e reestruturar o plano de negócios, caso aprovado pelo Congresso Nacional. Devido ao déficit declarado de bilhões, os Correios poderão ter o cabptail aberto ao mercado, de acordo com o Zero Hora. O processo que os ecetistas temiam que fosse levado à pratica por decisões da própria empresa, agora, pode ser acelerado por conta dos últimos acontecimentos e a tomada de poder no governo federal.
Perigo à sociedade
Entre os grandes prejudicados da privatização, no caso, dos Correios estão os clientes da empresa, única a alcançar aos locais mais longínquos do Brasil. Para ficar ainda mais claro, vale observar que um acionista, futuro investidor dos Correios, terá como objetivo apenas o lucro, sem nunca querer perder. A ECT, atualmente, leva serviço a quem precisa, já com a privatização, passa o segmento de grande lucratividade para o Brasil para a iniciativa privada, que visa unicamente os próprios interesses.
Com isso, perdem os trabalhadores com os riscos de perdas de benefícios e demissões, mais sofrimento com a sobrecarga de trabalho e o fechamento de várias unidades, porque não haverá interesses em manter os Correios em áreas que não dão lucro.
Caráter social
É necessário lutar para que a estatal permaneça com caráter 100% público. Para isso, são necessárias de contratações, para fortalecer a mão de obra e a qualidade do atendimento da ECT. Mais uma entre tantas bandeiras de luta dos trabalhadores. Sabe-se que, com os investimentos demandandos, a ECT será sempre a maior empresa brasileira a contribuir com o lucro do país e a prestar serviços de qualidade.
Ameaça histórica
Entre os anos de 1990 e 2002, mais de 160 empresas brasileiras foram privatizadas, com mais de 500 mil postos de trabalho extintos. A Vale do Rio Doce, Light, Embratel e diversas empresas de telecomunicações, por exemplo, foram vendidas a preços “de banana”, com financiamento público a longo prazo. E a justificativa, na época, era semelhante, a atração de capital estrangeiro, para aumentar a produtividade e por melhores serviços, além do abatimento da dívida.
O recado da privatização de 2016 foi ainda reforçado pelos ministros de Temer, com discursos como “qualquer amarra que distancie a participação da iniciativa privada será combatida”, segundo divulgação do site GGN (O Jornal de Todos os Brasis). Trecho do documento denominado “A travessia social”, que contém as orientações do presidente para a entrega do Brasil nas mãos dos empresários, segundo O Globo, traz como ideia o foco de Temer em concessões e parcerias-público privadas, “buscando um ambiente melhor com a iniciativa privada para investimentos”, considerados fundamentais por esse governo, na busca por solução para o que eles consideram “a maior crise da história”.
A Istoé anunciou que, com o lançamento do programa Crescer, a equipe da presidência já mapeou com empresários possíveis concessões de áreas que despertam interesses e não descartam mudanças nas regras de leilões, como dos aeroportos brasileiros.
A FENTECT, como representante legítima dos ecetistas, não descarta uma mobilização com os sindicatos filiados contra o duro ataque ao patrimônio brasileiro e solicita que todos participem,em defesa dos nossos direitos adquiridos ao longo de todos os anos.
FONTE: FENTECT