O anúncio de que os Correios será privatizado parece pouco importar para muitos funcionários. No entanto diante da declaração do presidente Jair Bolsonaro, feita no dia 04/05, todos os trabalhadores deveriam estar em estado de alerta máximo, afinal são mais de 100 mil famílias que podem ter seus responsáveis na fila dos mais de 13 milhões de desempregados do Brasil.
Por não conhecer os Correios, seu funcionamento e importância para a integração nacional, o discurso da privatização é baseado no lucro e rentabilidade. Uma empresa com mais de 350 anos que não recebe investimentos externos, que gera os próprios recursos para suas despesas e ainda por cima, tem sido saqueada pelo governo federal, com retiradas abusivas de dividendos, não pode ser acusada de só gerar prejuízos.
Segundo nota da empresa, os Correios tiveram lucro de R$ 161 milhões em 2018 e R$ 667,3 milhões em 2017. Onde estão os lucros, que não foram investidos em melhorias das unidades? A verdade é que a privatização dos Correios interessa somente aos empresários e ao capital internacional.
Agora mais do que nunca é importante que os trabalhadores se unam e fortaleçam a luta. Não caia no conto-da-carochinha, não acredite que os Correios deva ser privatizada.
Se o Correios for privatizado:
Demissões motivadas dos funcionários;
Redução do acesso ao serviço postal por causa do fechamento de agências;
Perda do papel social e não execução de políticas públicas como distribuição de livros didáticos, provas do Enem, medicamentos, vacinas e outros.
Isolamentos das comunidades ribeirinhas e pequenos municípios, pois o Correios é a única instituição presente em 100% do território brasileiro, atendendo 5570 cidades, funcionando como instituição financeira em cerca de 1900 unidades
Aumento das dificuldades logísticas para setores que dependem da Estatal;
Aumento do desemprego, que já ultrapassa o número de 13,2 milhões, além dos 30 milhões no precário mercado de trabalho informal, segundo dados atualizados do IBGE;
Aumento das tarifas dos serviços postais;
Pequenas empresas e e-commerces seriam prejudicados, pois deixariam de contar com o único operador logístico presente em todo o território brasileiro.