Correios e Comando de Negociações se reuniram novamente nesta sexta-feira (13). O tema em debate foi o plano de saúde dos trabalhadores, assunto que gera embates entre ambas as partes. Durante a ocasião, os representantes da empresa tentaram justificar a ausência de avanços nas negociações apresentando números relativos à situação econômica e financeira no período compreendido entre janeiro e maio de 2018.
De acordo com os números colocados pela ECT, há uma preocupação com a liquidez da empresa, a partir do momento que a estatal apresenta prejuízo acumulado de mais de R$ 2 bi e a Lei 6.404/76 estabelece que não seja realizada qualquer distribuição (PLR, Dividendos ou demais situações).
A Representação dos Trabalhadores considerou contraditória as informações econômicas-financeiras apresentadas pela empresa uma vez que as unidades de Correios encontram-se abarrotadas de encomendas e com excesso de serviço. Além disso, não há justificativa para os patrocínios dos Correios a diversas modalidades esportivas e culturais diante do atual quadro alegado, demonstrando assim contradição entre discurso e prática na empresa.
As despesas relativas ao Plano de Demissão Incentivada (PDI) também foram questionadas e as argumentações da ECT têm sido dúbias. Ora gera prejuízo, ora gera economia. Ainda foram criticados os valores repassados para as agências franqueadas, pois acabam impactando nas despesas da empresa. O comando defendeu as agências próprias dos Correios.
Plano de saúde gera impasse
Quanto à cláusula 28 – Assistência Médica/Hospitalar e Odontológica, a direção dos Correios propôs ajustes na redação, visando adequação da mesma quanto à decisão judicial do TST e a exclusão da responsabilização da empresa quanto ao pagamento do plano de saúde aos acidentados.
A representação dos trabalhadores criticou a empresa pela não disponibilização de informações solicitadas referentes ao plano de saúde, o que prejudicou efetivamente o debate. Repudiou também o pagamento das mensalidades, pois considera abusivo o cálculo sobre a remuneração bruta, ao invés do salário base, o que tem tornado o pagamento das mensalidades excessivamente oneroso a uma categoria que tem o menor salário entre as estatais. O pagamento da mensalidade promoveu grande perda salarial e do poder aquisitivo, causando evasão de trabalhadores do plano, que estão se desligando por falta de condições financeiras.
Alteração de regras pela ECT
Em negociação, os representantes dos trabalhadores argumentaram que a decisão judicial não alterou os parâmetros da cobertura do plano, mas se limitou à forma de custeio. Porém, a ECT tem alterado outras situações, como a cobertura da rede credenciada; aplicação de carência para inclusão de novos dependentes; alterações na concessão de tratamento fora de domicílio (TFD) e a negativa de tratamento oncológico pós cirúrgico, sendo necessárias medidas judiciais, para garantir o direito ao plano.
Proposta de reajuste adiada
A representação dos Correios informou que a proposta de reajuste salarial será apresentada no dia 17 de julho, após uma nova análise da diretoria da empresa em conjunto com órgãos governamentais, com a participação do presidente dos Correios, Carlos Fortner, que estará no debate.
O Comando de Negociação reforça a necessidade de mais atenção pela cúpula da empresa para a negociação e que, até o momento, não houve acompanhamento da presidência e demais vices presidentes nas discussões.
As negociações continuam na próxima terça-feira, dia 17, na UNICO, em Brasília.
FONTE: FENTECT