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Último dia mantém o clima de luta e a esperança de mudanças positivas para elas. O plano é aumentar a participação a cada ano
Um dos temas do 19º Encontro de Mulheres da FENTECT responde à atitude do presidente dos Correios, Guilherme Campos, de culpabilizar os trabalhadores pela situação de crise da empresa. As ecetistas trataram dos malefícios da privatização. Segundo elas, a reestruturação está suspensa, contudo, o impacto já chegou às unidades, com a sobrecarga de trabalho e a redução das despesas de saúde e pessoal.
“Privatizar é tirar o poder que nós temos hoje de todas as esferas sociais, de termos serviço público”, enfatizou a secretária de Imprensa da FENTECT, Suzy Cristiny da Costa. Ela ainda tratou das estratégias que vêm sido utilizadas para justificar a privatização, como discursos sobre inoperância dos serviços e déficits econômicos, apoio midiático à iniciativa privada, desmoralização das organizações representativas sindicais, entre outras.
Para Lucila Pereira Correia, da Secretaria da Mulher, da federação, a solução para alertar a empresa deste equívoco da reestruturação é a greve. “O que nós precisamos fazer é reforçar e ampliar o discurso aos trabalhadores, independente da ideologia, para garantir os nossos direitos”, afirmou. Ela ainda expôs que a finalidade dos Correios não é garantir o lucro, mas, sim, priorizar o social.
Além de realizar moções de repúdio contra o presidente, as participantes solicitaram a retratação perante a imprensa, pois a declaração desmoralizou não somente os Correios, como também a classe de trabalhadores.
Lutas e conquistas
A presidente do SINTECT-DF e diretora da FENTECT, Amanda Corcino, fez questão de demonstrar, em seu discurso, as vitórias alcançadas no acordo coletivo, por meio da luta dos ecetistas. Entre as conquistas, ela citou a ampliação da licença adoção, o aumento do adicional noturno, a obtenção dos direitos dos funcionários estudantes, a transferência imediata do local de trabalho em caso de violência contra mulher, os 180 dias de licença maternidade e a estabilidade dos delegados fiscais. “A pressão que a gente faz é o que determina o rumo das negociações do acordo coletivo”, incentivou.
Amanda ainda indagou quais os cargos que as mulheres ocupavam na empresa e constatou que as elas são minorias nas diretorias ou tesourarias dos sindicatos, por exemplo, até mesmo na participação dos encontros com os companheiros do sexo masculino. Segundo dados apresentados pela secretária de imprensa, Suzy Cristiny, apenas 23% do quadro efetivo total dos Correios é composto pelas trabalhadoras.
Para encerrar o evento, as ecetistas propuseram soluções e mudanças para o acordo coletivo, para tentar melhorar a situação feminina na ECT. Entre as sugestões estão a garantia de férias na mesma época que os filhos; mudança para cargos menos pesados quando as trabalhadoras descobrirem a gravidez; distribuição de cartilhas com informações sobre os direitos das mulheres; promoção de mais encontros de mulheres, entre outras. Todas as deliberações estarão disponíveis posteriormente no site da FENTECT.
A secretária de mulheres e a Comissão foram responsáveis pela organização do 19º Encontro de Mulheres e contaram com o trabalho das companheiras Isabela Costa (BA), Edilene Pinho (PI), Maria Irene Soares (CAS), Keila Fernandes (BA), Lucila Correia (BA), Beatriz Fernandes (PR), Ana Helena (PA) e Ivone Castro (MS). Desde janeiro, as oito se reuniram para que o evento marcasse a vida de todas as participantes. “É essencial que as mulheres saiam para as ruas para dizer o que elas querem, e nós defendemos que nenhum direito seja retirado. Dizemos não para a privatização e dizemos sim para que as mulheres venham para a luta. Avancemos por nenhum direito a menos”, convidou a secretária Lucila Correia.
Fonte: FENTECT