ENTENDA – Em
junho de 2016, os 36 sindicatos firmaram, em Brasília, um pacto para a
reunificação nacional da categoria. A iniciativa partiu do presidente do
Sincotelba, Josué Canto, com o objetivo de fortalecer a unidade dos
trabalhadores.
No encontro, todos assumiram o compromisso que derrotaria
Guilherme Campos – presidente dos Correios – e suas ameaças. Para que o sucesso
nas negociações fosse alcançado, nenhum sindicato ou federação poderia tomar
decisões isoladas. Assim sendo, nossa campanha
salarial foi vitoriosa. Conseguiu-se a incorporação
das GiPs e manutenção dos vales peru e cultura. Evitou-se também alteração na
data de pagamento de salário, com depósitos até o último dia útil de cada mês
(ao contrário do que queria a ECT, mudar para o dia 5), entre outros.
No entanto, o plano de saúde e a privatização dos Correios foram
temas redirecionados para debates em mesas de discussões paritárias. Por isso,
exigia-se de todos os representantes a manutenção da unidade, já que Guilherme
Campos (PSD-SP) não recuou do propósito de aplicar mensalidades e demitir 25
mil pais e mães de família.
CONSIN
Após meses de discussões, sem avanço, a Fentect convocou um
CONSIN (Conselho de Sindicatos), em 28.3, para aprovar o calendário de luta em
defesa do plano de saúde, contra a privatização dos Correios e por nenhum
direito a menos.
Até então, a unificação que serviu para a campanha salarial não
se manteve com a deflagração da última greve nacional do dia 26 de abril. A
Findect cede às pressões dos Correios e retira os sindicatos da greve.
QUEBRA DE ACORDO: FINDECT REASSUME PAPEL PATRONAL
O que jamais
poderia acontecer, aconteceu: o assédio da ECT aos sindicatos de São Paulo e
Rio dava sinal de que mais um golpe seria desferido contra os ecetistas. Com os
dois maiores sindicatos sob o controle da Findect, a empresa investiu nos seus líderes sindicais para enfraquecer o pacto de
unidade nacional em favor da categoria.
Em pleno o
feriadão do tradicional dia do trabalhador, enquanto o Brasil se preparava para
protestar contra as reformas Trabalhista e Previdenciária de Temer (PMDB-SP), uma reunião suspeita, entre Correios e Findect,
estava preste a acontecer na capital paulista no dia 1º de maio. Os demais
líderes sindicais pelo país só tomaram conhecimento algumas horas antes do
encontro.
Surpreendentemente,
logo após o encontro com a empresa, um dos líderes sindicais mudou o discurso
que justificou a deflagração do movimento nacional em defesa do plano sem
mensalidade e contra a privatização. O
presidente do Sintect-SP, Elias Cezário, o
Diviza, alegou está se aproximando do inicio da data-base e encerrou a
greve.