Uma greve é um instrumento legítimo da classe trabalhadora contra as arbitrariedades dos patrões. Por isso os trabalhadores dos Correios de todo o país aprovaram a paralisação das atividades por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira (11).
A ECT se recusou a negociar um novo Acordo Coletivo e a única pauta apresentada foi para retirar direitos. A empresa alega que compareceu a 10 reuniões, mas além de descumprir o calendário e adiar a apresentação do índice econômico, o que aconteceu foi uma manobra para adiar as discussões para depois da data-base da categoria, que é em agosto, jogando os trabalhadores num limbo jurídico.
Mesmo com a mediação do TST, a empresa não recebe os representantes dos trabalhadores há mais de 40 dias e se nega a negociar, pois insiste em reduzir benefícios que rebaixariam ainda mais o salário da categoria, que já é o pior entre todas as estatais.
A truculência do general Floriano Peixoto, escolhido diretamente pelo presidente Bolsonaro para comandar os Correios no processo de privatização já fartamente defendido por todo o Governo não é por acaso. Tanto a base governista, quanto a direção dos Correios têm interesse em usar a greve para desgastar a imagem dos trabalhadores. Querem, inclusive, censurar os trabalhadores, proibindo de falar sobre a empresa, o que por consequência também impediria de debater publicamente os reais motivos que levaram à construção do atual movimento grevista.
A FENTECT e a Findect estão conscientes da responsabilidade na condução deste processo e acreditam que só a mobilização dos ecetistas pode garantir uma negociação justa que represente os anseios da categoria. Todos os 36 sindicatos de trabalhadores dos Correios aderiram à greve. A reivindicação é por um reajuste que cubra pelo menos a inflação do período e contra o corte de direitos.
Com a ameaça de privatização, este também é o momento de discutir a importância dos Correios para a sociedade, não apenas pelos impactos causados pela paralisação, mas pela necessidade de repensar as relações de trabalho, os problemas reais do povo brasileiro como o desemprego e – principalmente – o projeto de desmonte do Estado que quer destruir o patrimônio público brasileiro.
O que querem os ecetistas?
– Reajuste salarial com reposição da inflação do período (3,25%)
– Não aos cortes de direitos propostos como “medidas estruturantes”
A ECT não dá prejuízo e não depende de financiamento público.
Os trabalhadores dos Correios merecem respeito e dignididade!