A ECT tentou mesmo apelar para sua suposta situação financeira “delicada” para sensibilizar os ministros do TST, mas a maioria do colegiado seguiu o voto do relator, ministro Mauricio Godinho Delgado que não deferiu o pedido para considerar a greve abusiva e sugeriu o desconto dos dias de paralisação em três parcelas mensais sucessivas.
A manutenção de todas as cláusulas do atual acordo – exceto do plano de saúde – e a vigência de 02 anos, também propostas pelo ministro relator, serão estratégicas para a luta contra a privatização, que deve se tornar o foco de toda a categoria. Mas é preciso entender que a garantia jurídica é menor que a disputa política, portanto a mobilização da categoria é urgente.
O reajuste de 3% está próximo ao INPC, ainda assim não repara a perda do direito histórico de manter pais e mães no plano de saúde, reflexo do terrorismo provocado pelo atual Governo que desrespeitou a categoria ao não discutir de maneira franca a situação das 100 mil famílias que dependem diretamente deste benefício.
Esta foi uma greve feita por quem teve coragem. Mesmo com retrocessos, o que se viu no julgamento de hoje foi que os trabalhadores dos Correios são respeitados pela sua organização e capacidade de enfrentamento. Governos passam, mas a mobilização da categoria é feita no cotidiano de cada trabalhador, por isso é preciso que todos entendam a importância de fortalecer as entidades de representação e a luta da classe trabalhadora.
Agora, principalmente contra a privatização, é necessário derrotar o Governo Bolsonaro e seu projeto que quer entregar o patrimônio nacional e os direitos do povo aos banqueiros e empresários. Por isso a FENTECT continua orientando todos os sindicatos a realizarem atividades e audiências públicas contra a venda dos Correios e buscar o diálogo permanente com o conjunto dos setores da sociedade a fim de envolver trabalhadores ecetistas, cidadãos, parlamentares e sociedade civil organizada nesta que é a luta fundamental de um país que se pretende soberano.
Veja o resumo do que foi aprovado:
A greve não foi considerada abusiva
Desconto dos dias de paralisação em 03 parcelas mensais sucessivas na folha de pagamento
Manutenção das cláusulas do atual acordo, exceto cláusula 28 (que trata do plano de saúde)
Exclusão de pais e mães do plano, com exceção dos que estão em tratamento e devem sair apenas após a conclusão do atendimento médico
Reajuste salarial de 3%
Vigência de 02 anos para a Sentença Normativa (válido até 31/07/2021)
FONTE: FENTECT