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2 de julho é na RUA

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O Dois de Julho – Independência da Bahia, é um tema bastante discutido e estudado na História da Bahia, tanto historiograficamente, quanto pela literatura. A Guerra tinha como desejo a expulsão das tropas portuguesas que estavam aquarteladas na cidade do Salvador desde fevereiro de 1822, com a proposta de manter o domínio colonial desta parte da América, para os portugueses, e isso irritava os proprietários mais abastados que tinham interesses nas possíveis  vantagens do livre comércio e também as classes populares que percebiam, no poder colonial, uma forma de opressão.

   As(os) personagens do Caboclo, da Cabocla, Maria Felipa, Maria Quitéria Joana Angélica, João das Botas, General Pedro Labatut, Lima e Silva e Daniel Lisboa, fazem parte do ideário popular, compõem nomes de ruas, praças de Salvador e muitas outras cidades da Bahia. A cada ano, no dia 2 de julho, estas(es) personagens são reverenciadas(os) durante o desfile do feriado estadual.  O historiador João José Reis, no seu artigo, O Jogo Duro do Dois de Julho, faz uma crítica à grande valorização das batalhas, dizendo que, de “um modo geral, os combates foram de pequena monta, escaramuças em que os baianos foram favorecidos pela superioridade numérica”.

   O historiador Ubiratan Castro de Araújo afirma em A Guerra da Bahia, que esta foi uma guerra de fome contra a doença. A falta de comida atingia brasileiros(as) e portugueses.. As articulações pela Independência da Bahia, iniciaram em fevereiro de 1822, sete meses antes da Proclamação da Independência do Brasil, por Dom Pedro I, os portugueses não queriam sair da província, desembocando na guerra que perdurou até a expulsão deles, em 2 de julho de 1823. Neste contexto houve a participação efetiva de três mulheres : Maria Felipa de Oliveira, Maria Quitéria de Jesus  e Joana Angélica de Jesus.

   Maria Felipa de Oliveira nasceu provavelmente em 1799, segundo registros de Fernando Rebouças, publicado no Informativo Assabita(Associação dos Amigos da Biblioteca de Itaparica. ela era filha de negros escravizados, nasceu nem Itaparica, ela era uma mulher alta e forte, foi uma capoeirista com muitas habilidades, era marisqueira, pescadora e trabalhadora braçal, assim como tantas outras mulheres, ela  era conhecida como “ganhadeira”. Ela participou da luta contra as tropas portuguesas, juntamente com os grupos de negros e homens livres “ganhadeiros”, como eram chamados, para defenderem o meio de vida diário, queimando as embarcações e enfraquecendo o poderio do colonizador na dinâmica dos conflitos, depois utilizou folhas de cansanção, uma planta nativa da região que causa a sensação de queimor na pele, nos corpos dos portugueses. Maria Felipa é citada no romance-histórico O Sargento Pedro, publicado em 1910, pelo autor itaparicano, Xavier Marques.

Em 26 de julho de 2018, ela foi declarada Heroína da Pátria Brasileira pela Lei Federal nº 13.697, com o seu nome sendo inscrito no “Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria”. Este livro está arquivado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves”, em Brasília, no Distrito Federal. ela morreu em 4 de julho de 1873.

   Antônio de Souza Lima foi o comandante do Batalhão de Itaparica, que defendeu a Ilha do ataque dos portugueses, tendo como referência de defesa o Forte de São Lourenço, além das trincheiras erguidas estrategicamente no Largo da Quitanda, na Fonte da Bica, na Praia do Convento, na Praia de Amoreiras, no Mocambo, Porto dos Santos e outros.

   Maria Quitéria de Jesus(1792-1853), é considerada heroína da  Guerra de  Independência da Bahia, disfarçou-se de soldado e se alistou no Batalhão “Voluntários do Príncipe Dom Pedro”, lutando ao lado dos patriotas, depois, sendo condecorada com a Ordem do Cruzeiro do Sul. Nascida na Fazenda Serra da Agulha, Freguesia de São José, hoje, Feira de Santana, era filha do fazendeiro português Gonçalo Alves Almeida e de Joana Maria de Jesus. Ela não frequentou a escola, gostava de caçar, ao invés dos trabalhos domésticos, ficou orfã de mãe aos 10 anos. Quando ficou sabendo do alistamento voluntário para o regimento de Artilharia, pediu autorização ao pai, mas teve o pedido negado, ela sabia montar a cavalo e era muito boa no manuseio com armas de fogo.

   A sua irmã a ajudou emprestando as roupas do marido e Maria Quitéria se alistou no Regimento de Artilharia usando o nome do cunhado, José Cordeiro de Medeiros. O pai, seu Gonçalo, descobriu a fuga e queria que ela abandonasse as armas, mas o Major José Antonio da Silva Castro impediu o desligamento porque ela já era reconhecida pela disciplina militar e pela facilidade no manuseio das armas. Maria Quitéria viveu os últimos anos da sua vida no anonimato, com uma inflamação no fígado e quase cega, e morreu em 21 de março de 1853, aos 61 anos

Joana Angélica de Jesus(1761-1822), religiosa, cristã-católica da Ordem das Reformadas de Nossa Senhora da Conceição e Abadessa do Convento da Lapa, Foi assassinada por um golpe de baioneta durante a resistência à invasão do Convento da Lapa, em Salvador, pelas tropas portuguesas. Era filha de José Tavares de Almeida, capitão do exército português e de Catarina Maria da Silva, soteropolitana. O seu irmão, Domingos Tavares da Silva e Almeida foi alferes e capitão do exército português.

A CIDADE DE CACHOEIRA NO CONTEXTO DA GUERRA DE INDEPENDÊNCIA DA BAHIA – 1823

    Em Cachoeira houve o  início das movimentações que desembocaram na Independência da Bahia em 25 de junho de 1823. Foi em uma casa de número 23, existente até hoje na Praça Milton Afonso que aconteceram as reuniões, com a participação de senhores de engenhos, membros das Irmandades e Congregações para elaborarem o plano de libertação. Estas pessoas tinham saído de Salvador, porque a cidade estava dominada pelos portugueses, para se estabelecerem no Recôncavo.

   No mesmo grupo estavam as classes trabalhadoras, ou seja, vendedores, negros escravizados, que estavam parcialmente unidos(as) com o mesmo propósito. No dia 25 de junho de 1823, ao final das reuniões todos foram para a Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário onde a multidão os aguardava em apoio à luta. Houve a celebração da missa tradicional do “Te Deum”, que ainda hoje acontece na mesma data em nome da memória dos fatos. Nesse mesmo contexto, a Igreja anunciou o seu apoio ao movimento.

   Logo depois foram todos para o Centro da cidade, onde hoje é a Praça Aclamação, onde o engenheiro Antônio Rebouças, que era um dos líderes do movimento, aclamou D. Pedro I como “ Defensor Perpétuo e Constitucional do Brasil”, ou seja, Príncipe Regente. Este evento despertou a ira do General Inácio Luís Madeira de Melo, que estava ocupando o cargo de “Governador das Armas”, sob protestos, porque havia sido destituído um brasileiro desta função, para colocá-lo no lugar O General Inácio Luís Madeira de Melo, atacou a cidade.de Cachoeira com canhões e inicialmente conseguiu matar o comandante das tropas cachoeiranas, o soldado Manoel soledade, apelidado de “Tambor soledade”, dando efetivamente início ao embate. Os brasileiros utilizavam armas improvisadas para combaterem as tropas lusitanas, o conflito em Cachoeira permaneceu por três dias, até que os brasileiros conseguiram dominar a embarcação de Madeira de Melo. foi criado o Conselho Interino de governo, órgão que substituía  a Junta de Governo que estava em Salvador, dominada pelos portugueses, situação que o povo não aceitava.

   Muitos baianos de todas as partes  foram para Cachoeira e se alistaram como voluntários no exército , perfazendo um contingente de 13 mil combatentes, tendo entre eles, Maria Quitéria. As tropas seguiram para fazerem o cerco a Salvador, que também teve dias de batalhas, principalmente na região de Pirajá.

   Através da Lei nº 43, de 13 de março de 1837, denomina Cachoeira de Heróica, e em função destes acontecimentos , Cachoeira foi a sede do Governo Provisório do Brasil no período da Guerra pela Independência da Bahia em 1823 e também em 1837, quando houve a Sabinada na Bahia. Outros municípios do Recôncavo também se envolveram no conflito, a exemplo de Saubara e Santo Amaro, que tiveram participação decisiva nos enfrentamentos.

   Fundamentado na Lei 10.695/07, a capital baiana é transferida para Cachoeira todo dia 25 de junho, com hasteamento dos Pavilhões do Brasil,da Bahia e de Cachoeira, além de Sessão solene na Câmara Municipal de Cachoeira, desfile militar e cívico, juntamente com o tradicional Te Deum. Neste contexto foi criada a Rota da Independência, percorrendo os municípios do Recôncavo, Cachoeira, São Félix, Santo Amaro, Maragogipe e São Francisco do Conde, com aulas públicas, palestras e apresentações.

 A BATALHA DE PIRAJÁ COMO UM DOS EPISÓDIOS HISTÓRICOS DA GUERRA DE INDEPENDÊNCIA DA BAHIA – 1823

    Deflagrada no contexto da Guerra de Independência da Bahia, na Província da Bahia, 8 de novembro de 1822, foi um confronto acirrado entre o Exército Pacificador e as tropas portuguesas, chamadas de Legião Constitucional, culminando com a derrota política e militar dos portugueses na Bahia. Estes episódios influíram para o desencadeamento da Independência da Bahia, em 2 de julho de 1823, servindo, segundo muitos(as) pesquisadores(as), como advento que consolidou a Independência do Brasil.

  1. Pedro I contratou o mercenário francês, General Pierre Labatut, conhecido como Pedro Labatut( Cannes, 1776 – Salvador, 1849), que já tinha experiências nas Guerras Napoleônicas e na América Espanhola, fortalecendo as tropas baianas com a Brigada do Major José de Barros Falcão de Lacerda, que era composta por 1.300 soldados de Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro. O comandante das tropas portuguesas era Inácio Luís Madeira de Melo, a serviço de Portugal, para suprimir os movimentos de Independência e o separatismo político-administrativo. os conflitos aconteceram em Salvador nas imediações dos bairros de Pirajá, Campinas de Pirajá e Alto do Cabrito.

   Historiadores(as) narram um fato interessante sobre o Corneteiro Luís Lopes, que desobedeceu ordem do Major Barros Falcão, que havia autorizado a retirada das tropas, mas o Corneteiro Lopes tocou a corneta com o som de avançar a cavalaria e degolar.

    A CIDADE DE ITAPARICA NO CONTEXTO DA GUERRA DE INDEPENDÊNCIA DA BAHIA – 1823 

    A Batalha de Itaparica, aconteceu na Bahia de Todos os Santos e praias da Ilha de Itaparica em 7 janeiro de 1823, envolvendo o Exército Brasileiro a Marinha e o Exército de Portugal no período da Guerra de Independência da Bahia, nesta data os navios portugueses.comandados por joão Félix Pereira Campos, sitiaram a Ilha de Itaparica com o intuito de manter a hegemonia da área insular mais importante da baía de Todos os Santos. O panteão dos heróis do 7 setembro está no Largo do Campo Formoso, mas as lutas aconteceram na orla da vila: estreito do Funil, onde hoje é a Ponte do Funil, o Largo da Quitanda, a Fonte da Bica, a Praia do Convento, e o Forte São Lourenço. Itaparica já tinha sido invadida entre 1600 e 1647 pelos holandeses, que construíram o Forte de São Lourenço. os povos indígenas Tupinambás foram os primeiros habitantes da ilha, dando origem ao nome Itaparica, que significa “cerca de pedras”.  A Independência do Brasil já havia sido proclamada por D. Pedro I em 7 de setembro de 1822, mas os conflitos armados. na Bahia até 2 de julho de 1823.

    A CIDADE DE SÃO FÉLIX E O SEU ENVOLVIMENTO NA GUERRA DE INDEPENDÊNCIA DA BAHIA – 1823

 Em 1823, no período das lutas de Independência da Bahia, São Félix teve revelada importância, ao lado de Cachoeira, com quem tinha vínculo administrativo.São Félix foi transformada numa praça de guerra na luta pela causa maior, a Independência da Bahia, que também serviu para consolidar a Independência do Brasil, de fato e de direito, que já havia sido proclamada um ano antes, em 1822. As tropas portuguesas destruíram muitas embarcações de São félix, no Rio Paraguaçu, mas na tarde de 28 de junho de 1823, as tropas portuguesas se renderam porque estavam sem comida e sem munições.

 FONTE: BLOG NA REDE

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