Um povo sem memória sofre pela sua falta de conhecimento. O cenário político coloca os trabalhadores dos Correios na berlinda, o que torna necessário lembrar que o processo de privatização não começou no governo Lula, mas remota desde a era de José Sarney. Desde aquele governo ficou uma certeza: A privatização representa o fim do emprego! Ela não é a solução para melhorar o meio ambiente de trabalho, ou redução dos preços dos serviços. O foco do projeto sempre foi a redução do número dos trabalhadores.
Desde o governo Sarney, em 1985, na gestão de Antônio Carlos Magalhães à frente do Ministério das Comunicações, foi elaborado o projeto Correios 2000. O objetivo era a quebra do monopólio postal, a desregulamentação do setor e a exploração pelas multinacionais dos serviços de captação, tratamento e distribuição de correspondências. Em resposta a isso, os trabalhadores se uniram e o projeto foi desarticulado em 88, ou seja, há 30 anos os trabalhadores lutam contra a privatização dos Correios.
E na era Collor mais ataques vieram. Em 1991, foram criadas as agências franqueadas, colaborando para o fechamento das agências próprias. E foi a greve e mobilização em frente das franqueadas que garantiram uma grande vitória.
Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso os ataques foram mais violentos. O governo avançou e muito na desregulamentação do setor. O desmantelamento dos Correios foi massivo com a extinção de cargos, a incorporação das tarefas em cargos já existentes, a terceirização dos serviços de transporte, manutenção e apoio logístico. Os salários estavam tão arrochados que perderam o poder de compra, já que os aumentos eram sempre abaixo da inflação.
Como os Correios resistiu? Com a luta dos trabalhadores. A sede da ECT e do Congresso foram ocupados quando o governo encaminhou o projeto de desregulamentação do setor. O projeto previa o fim do monopólio e da ECT para criar uma nova empresa chamada Correios do Brasil S. A.
A ECT sob o governo de LULA. Houve a retirada de tramitação do projeto de privatização, criação de mais de mil novas agências de Correios pelo Brasil, abertura de concurso público e expansão do Banco Postal. Os Correios estavam presente em todos os cantos do país e os trabalhadores começaram a recuperar parte das perdas salarias dos antigos governos.
Correios continua dependendo dos trabalhadores para não ser privatizado. A vice-presidente do Sincotelba, Shirlene Pereira, relembra que foi a união da categoria que fez com que os Correios continuassem como uma empresa pública até os dias de hoje. “Precisamos votar em quem é contra a privatização. Não podemos deixar que a empresa com mais de 350 anos de existência seja extinta. A boa escolha vai determinar a manutenção dos nossos empregos”, disse Shirlene.
Vote consciente! Não vote em quem quer acabar com seu emprego!