Imagem/FENTECT
Novo presidente da ECT e o ministro das Comunicações não compareceram ao debate desta terça-feira (14). De acordo com decisão na comissão, ainda poderão ser convocados, até a próxima semana
“A discussão há um ano atrás era sobre investimentos e melhorias na ECT. De repente, a mesma abre espaços para partidos e diz que não haverá salário no mês de setembro. Em contrapartida, a demanda de serviços cresce, mas a qualidade é precarizada, não por culpa dos trabalhadores”, relembrou o secretário-geral da FENTECT, José Rivaldo, durante a audiência pública na Câmara dos Deputados. Na Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia, da casa, parlamentares e representantes dos ecetistas se reuniram para debater a reestruturação da ECT.
Porém, entre os participantes, faltaram as peças-chaves para a discussão do tema, o novo presidente dos Correios, Guilherme Campos Júnior, e o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação, Gilberto Kassab. O que, de acordo com a deputada federal, professora Marcivânia (PCdoB-AP), “trata-se de uma falta de respeito com os trabalhadores”. Ela ainda destacou que não é a reestruturação da ECT que vai equilibrar as contas da empresa, além disso, falta a real comprovação de que esse processo trará soluções para os Correios.
Do alto de seus ternos e gravatas bem engomadas, do lado da empresa, os representantes enfatizavam a necessidade da adequação dos Correios à realidade mundial de privatização. Enquanto isso, mais uma vez, o estudo da H&J Consultores Independentes, realizado em parceria com a FENTECT – representada por Hálisson Tenório – atesta que, entre 2014 e 2015, houve redução de pessoal, porém, com aumento de mais de 10% da riqueza geral da ECT. “Na nossa ótica, o deficit não existe”, enfatizou o consultor.
O debate, solicitado devido às condições de fechamento da diretoria regional do Amapá – que passa, então, a ficar a cargo da gestão da DR do Pará -, tomou, ainda, outros rumos e rememorou as demais lutas da categoria ecetista, como a falta de segurança nas agências e de qualidade de vida para os próprios trabalhadores. “Aproveita-se do governo interino para justificar a privatização dos Correios. Enquanto isso, temos ação do Ministério Público validando novos concursos, que a empresa insiste em não promover, mas continua focada na mão de obra terceirizada. Também, a não implantação da entrega pela manhã, péssimas condições de trabalho, com funcionários indo a óbito, inclusive, entre outras demandas urgentes”, esclareceu o secretário-geral da federação.
“É na ponta que o cidadão fica em casa esperando o carteiro chegar. No plano de reestruturação para ser aplicado em 2015, já se falava em eliminar endereços e reduzir a burocracia, liberando as regionais. Vai liberar para ser cabide de emprego de qualquer partido. Há duas áreas que alegam mais rentáveis, encomendas e logística, no entanto, serão as primeiras a serem privatizadas”, afirmou o deputado Raimundo Angelim (PT-AC). O parlamentar ainda ressaltou que “não justifica atravessar a atual situação e patrocinar as Olimpíadas”.
Deliberações
Ficou acordado que até amanhã, quarta-feira (15), será feito o convite aos ausentes da audiência, como o presidente dos Correios e o ministro das Comunicações, para que compareçam e ouçam os trabalhadores. Caso não haja sinalização de um possível encontro, será providenciado um requerimento com a convocação de ambos, até a próxima quarta-feira (22).
Para fechar a audiência, a deputada federal Janete Capiberibe (PSB-AP) elencou os questionamentos que deverão ser enviados à empresa, para breves respostas. “Sobre a manutenção da estatal superavitária, bem como dos patrocínios; centralização do poder em Brasília; condições de trabalho ruins e perigosas; como manter os Correios 100% público, estatal, eficiente, lucrativo e garantidor de direitos; como impedir o risco da privatização; gasto com pessoal, em 2015, de 75%; como resolver a questão das agências que serão fechadas, entre outras, precisamos que sejam levadas à ECT”, reforçou. A deputada disse que a principal preocupação, no momento, é com a abertura de capital e sugeriu que a Câmara possa participar na mediação do processo, com os técnicos da casa, para sugerir alternativas e soluções para os Correios.
De acordo com o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP), “uma empresa que não consegue reabrir uma agência no interior do Pará, explodida por assaltantes, nos envergonhar, mas orgulhar. Recursos estratégicos não rimam com lucro”.não tem recursos para o Rock in Rio, por exemplo. Não será inviabilizada se deixar de patrocinar”. Já o deputado Edmilson Rodrigues (PSOL-PA) alertou que “estatais não devem
“Este ano, vamos garantir o debate com parlamentares interessados. Não vamos aceitar a retirada de benefícios e direitos dos trabalhadores. É preciso discutir a cadeia produtiva com o movimento sindical. Em menos de um ano estamos com o terceiro presidente na ECT, e cada um com sua filosofia, mas é preciso lutar para manter os Correios como agente social, com monopólio postal no Brasil”, finalizou o secretário-geral da FENTECT, José Rivaldo.
Fonte/FENTECT