O Acordo Coletivo 2018/2019 da categoria de Correios que era para ser assinado no dia 21/08 ganhou mais um capítulo. A empresa descumpriu o acordo do TST e tentou ludibriar o comando alterando o texto da clausula 28 (Plano de Saúde), retirando o direito dos trabalhadores recorrem à justiça para revisão da cobrança abusiva (mensalidade + coparticipação 30%). A situação é tão séria que cerca de 16 mil pais e mães de família desistiram do benefício por não terem condições de arcar com o pagamento.
Os trabalhadores a todo o momento mostraram disposição em negociar, aceitando a proposta do TST e optaram por não entrarem em greve mesmo com a cobrança absurda no plano de saúde. Porém a ECT não mostrou interesse em oferecer uma proposta digna para a categoria. A intenção da empresa é a mesma: implantar a qualquer custo a reforma trabalhista no acordo coletivo e retirar direitos conquistados ao longo dos anos.
Ao perceber a má fé da empresa, o ministro Renato de Lacerda Paiva, suspendeu a audiência e sugeriu uma nova data para assinatura do acordo prevista para o dia 29/08. Ainda, o ministro do TST irá se reunir com os representantes da empresa, juntamente com o ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab, para garantir que o acordo proposto e aprovado pela categoria nas assembleias do dia 14/08 seja cumprido.
O comando de negociação orienta aos trabalhadores de todo o Brasil a permanecerem mobilizados e prontos para barrar os ataques da empresa. Se a categoria permitir a mudança da cláusula 28, por parte da ECT, o direito dos trabalhadores de recorrerem à justiça para defenderem seus direitos serão impendidos pela reforma trabalhista, pois com a mudança da CLT o acordado vale mais que o legislado. O processo TST – DC – 100295 – 05.2017.5.00.0000 ainda transita no TST cabendo recursos por parte da federação.
Caso a proposta aprovada pelos ecetistas não seja mantida, uma nova assembleia será marcada para deflagração de greve por tempo indeterminado em todo o Brasil. O presidente do Sincotelba, Josué Canto, enfatiza a orientação do Comando e diz que a greve será a única solução para garantir os direitos da categoria.