Das reivindicações no chão da fábrica por melhores condições de trabalho, ao martírio de pelo menos 130 mulheres, numa disputa desigual, ficou marcado o dia 8 de março. Uma história esquecida pelos vencedores, mas lembrada por quem faz a luta e sabe que a importância do dia vai além da comemoração. 

De 1857 até hoje, tantas outras mulheres tiveram suas vidas interrompidas por ousarem na história, serem sujeitas, autoras e senhoras de seu destino.  

Sonhar, ir além de uma inspiração, compartilhar seus ideais, deixou de serem apenas desejos das mulheres e tornam-se fatores determinantes na construção do mundo acessível a todos.

Hoje em pleno século 21 as mulheres continuam lutando por uma jornada de trabalho digna, por igualdade de salários e reconhecimento além dos espaços trabalhistas.

 Enquanto o avanço tecnológico tem reduzido o esforço humano nas fábricas, nos lares a mulher tem seu trabalho triplicado acumulando diversos afazeres.

Nosso desejo é que a jornada de trabalho de 16 horas que massacrava as mulheres em 1857, não seja a realidade nos lares, mas que sejamos reconhecidas pelo que somos, sentimos e ansiamos. 

Que sejamos reconhecidas como mulheres.

Lucila Correia – Diretora pasta mulher da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Correios (FENTECT)